SALVE 2 DE FEVEREIRO!
SALVE RAINHA DO MAR!
Inicio essa matéria com
uma lenda africana sobre o nascimento dos orixás, contada pela pedagoga baiana
Iray Galrão.
Os Senhores do Céu e do Mar
O pai Oxalá morava no
céu mas andava se sentindo muito só. Por isso, sempre que tinha um tempinho,
debruçava-se sobre as nuvens para apreciar a Terra. Certo dia, enquanto estava
nas suas contemplações, avistou uma linda mulher sentada numa pedra penteando
seus longos cabelos e banhando-se no mar... era Yemanjá.
Oxalá ficou encantado
com tanta beleza!!!
Apaixonado, fez de tudo para chamar a atenção
da bela moça que se divertia brincando com os peixes. Tanto fez, que conseguiu.
Yemanjá, olhando para o céu avistou Oxalá e também ficou encantada... a partir
daí, todos os dias, os enamorados se olhavam: Ele no céu e Ela no mar.
Então um dia, lá na
linha do horizonte, onde o céu e o mar parecem se tocar, Oxalá e Iemanjá se
encontraram e viveram um grande amor.
Desse encontro nasceram
todos os Orixás.
Diz a canção:
“O mar misterioso
mar...”
Dois de fevereiro, oficiosamente,
é feriado em Salvador que se veste de branco e azul para reverenciar
a Rainha do Mar, a deusa Yemanja (ou Iemanjá), mãe da maioria dos Orixás, também
conhecida como Janaina e associada à fertilidade e fecundidade.
Para celebrá-la, seus devotos entregam presentes ao mar.
É a única grande festa religiosa baiana que não tem origem no
catolicismo e sim, no candomblé. É o dia em que todos vão deixar seus presentes
nos balaios organizados pelos pescadores do bairro do Rio Vermelho, junto com
muitas mães–de-santo dos terreiros de Salvador.
A celebração envolve milhares
de pessoas que desde cedo, trajadas de branco, saem em procissão até o
templo-mor, onde depositam variedades de oferendas, tais como flores, cartinhas com pedidos,
comidas, perfumes e toda sorte de agrados para serem
levados às 4 da tarde, em balaios que
serão jogados em alto mar.
Quando as embarcações voltam para a terra, segundo a crença, os acompanhantes
não podem olhar para trás... faz mal.
Diz a lenda que os presentes que
Yemanjá aceita ficam com ela no fundo do mar, e os que ela não aceita, são
devolvidos no dia seguinte pela maré.
No Largo de Santana e cercanias, no bairro do Rio Vermelho, armam-se
muitas barracas onde o devoto depois de depositar sua oferenda vai festejar com cerveja bem gelada e típicas comidas
baianas, revendo conhecidos, encontrando
amigos... tudo ao som de muita música e dança.
Nas danças míticas, seus iniciados imitam o movimento das ondas
executando curiosos gestos, ora como se estivessem nadando no mar, abrindo os
braços, ora levando as mãos à testa e elevando-as ao céu, indicando as
variações das ondas do mar.
Característica dos filhos de Yemanjá: imponentes, majestosos, belos,
calmos, sensuais, fecundos, cheios de dignidade e dotados de irresistível
fascínio (o canto da sereia).
Yemanjá segura um leque de metal e um espelho. Complacente e pródiga, é
responsável pela pescaria farta, além da vida com abundância de alimentos.
CARACTERÍSTICAS DA DEUSA:
Dia da semana: Sábado
Cores: branco e azul (cristal translúcido)
Saudação: O doiá!
Elemento: água
Domínio: mar, água salgada
Instrumento: abebê (espelho)
Em Salvador Bahia,
acredita-se que aqueles que a procuram têm seus problemas diluídos nas águas de
seu abraço. Quando uma situação parece não ter solução, quando sentir o fardo
muito pesado, é o momento de procurar a Rainha do Mar e pedir ajuda, é o
momento de entrar no mar e deitar nos braços da mãe Yemanjá. Quando nos abrimos
e confiamos, deixamos que a energia da Deusa atue em nós e alcançamos os nossos
pedidos.
Amy Sophia Marashinsky, no seu livro O Oráculo da Deusa, sugere um
Ritual que pode ser feito numa praia ou apenas na sua imaginação.
RITUAL PARA YEMANJÁ
Respire fundo e leve a
sua consciência para o seu ventre, o caldeirão da Vida. Entre na água com vagar
e reverência enquanto pede à Yemanjá que venha encontrá-la. Escolha um local
onde possa flutuar de costas com segurança. Sinta a deusa acolhendo você e
entregue-se a esse abraço. Você pode sentir totalmente os braços de Yemanjá ou
apenas entregar a Ela o problema que
deseja resolver.
Enquanto você flutua, a
água lava todo o seu corpo e a Deusa a alivia de todos os fardos que carrega.
Visualize-se entregando-os com alívio e com a certeza de que Ela resolverá
tudo.
Abandone-se à imensidão
do mar e ao amor da Deusa.
Quando estiver pronta para
voltar, agradeça a Yemanjá por esses momentos mágicos com Ela. Então saia da
água sentindo-se leve e festejada. ODOIÁ!!!
SUGESTÃO:
Eu, Odara,no dia 2 de fevereiro levo flores e faço meus agradecimentos e pedidos à poderosa deusa. Enquanto
estou nos braços da Mãe Yemanjá , costumo ler o belo poema de Amy Marashinsky e
sinto como se a própria deusa o declamasse para mim:
ENTREGA
Venha com as suas
preocupações
Venha com os seus
lamentos
Venha quando a vida é
alegre
Venha quando a vida a
massacra
Venha quando assumir
responsabilidades
Venha quando quiser
abraçar o mundo
Com as mãos.
Venha quando estiver
esgotada
Venha quando buscar
renovação.
Tudo o que pedirei
quando você vier
É que se entregue a mim,
Mãe oceano.
O meu útero aquático
espera para acolhê-la
Deixá-la nascer outra
vez
Quando você se render...
e se entregar.