quinta-feira, 9 de maio de 2013

O BEIJO DE AMOR


Quero compartilhar com vocês trecho de um conto do escritor Mário Nitsche, Clara e Márcio  a Lua e o Sol.

Mário escreve de uma forma especial, vibrante. Mas é preciso ler suavemente, deliciando-se com as palavras, sentindo... 

“Sentaram-se.

Ficaram em silêncio. O silêncio é importante. O silêncio é grandioso.

Ele a olhou,  tomou o rosto dela com ternura, que era a força maior no gesto. Ela fechou os olhos sentindo a mão dele segurando-a imperceptivelmente, e ela não queria soltar-se. Queria ficar presa naquele toque aparentemente sem força. Ele a puxou bem devagarzinho e a beijou. Não foi só um beijo, se é que um beijo é só. Foi um acontecimento, uma tempestade no mar; foi uma reviravolta de sentimentos e emoções. Primeiro, ele carinhosamente passou a língua nos lábios de Clara e depois se beijaram longamente, vendo ambos nas mentes as cores, a vida e as expectativas um do outro. Ligaram-se. Juntaram-se.

Foi o beijo de amor. Não acontecem muitos na vida inteira de uma pessoa.
Quem sabe um.

Ou, numa vida vazia, nenhum.”

 
 
Agora eu, Odara, lhe pergunto, e o seu beijo de amor? Será que, como diz o escritor,
"ficou preso na parede do tempo”?

 

 

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