Quero compartilhar com vocês trecho de um conto do escritor
Mário Nitsche, Clara e Márcio a Lua e o
Sol.
Mário escreve de uma forma especial, vibrante. Mas é preciso
ler suavemente, deliciando-se com as palavras, sentindo...
“Sentaram-se.
Ficaram em silêncio. O silêncio é importante. O silêncio é
grandioso.
Ele a olhou, tomou o
rosto dela com ternura, que era a força maior no gesto. Ela fechou os olhos
sentindo a mão dele segurando-a imperceptivelmente, e ela não queria soltar-se.
Queria ficar presa naquele toque aparentemente sem força. Ele a puxou bem
devagarzinho e a beijou. Não foi só um beijo, se é que um beijo é só. Foi um
acontecimento, uma tempestade no mar; foi uma reviravolta de sentimentos e
emoções. Primeiro, ele carinhosamente passou a língua nos lábios de Clara e
depois se beijaram longamente, vendo ambos nas mentes as cores, a vida e as
expectativas um do outro. Ligaram-se. Juntaram-se.
Foi o beijo de amor. Não acontecem muitos na vida inteira de
uma pessoa.
Quem sabe um.
Ou, numa vida vazia, nenhum.”
Agora eu, Odara, lhe pergunto, e o seu beijo de amor? Será
que, como diz o escritor,
"ficou preso na parede do tempo”?
"ficou preso na parede do tempo”?
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